segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dead Peasants: A Morte gerando lucros.

As grandes corporações, como qualquer corporação, indústria, empresa que está no sistema capitalista visa a geração de renda para si, da forma mais crescente possível. A principal maneira de gerar esse lucro é da exploração de seus empregados com salários inapropriados, horário de trabalho e dentre várias opções no cardápio. O fim da escravidão física foi um grande trunfo para o capitalismo, já que era necessário dar comida, teto e outras coisas necessárias, mas na escravidão econômica os escravos têm de fazer mágica para conseguir sobreviver com o que ganham por fazer a mesma coisa de sempre: trabalhar para que o patrão lucre.


A mais recente novidade é o chamado “Dead Peasant”, do inglês “Camponês Morto”. As corporações agora são capazes de gerar lucro da morte de seus empregados. Sim, gerar ganhos quando algum funcionário morre.


Um seguro de vida, como normalmente funciona, é uma forma de garantir a um beneficiário, normalmente a família, uma quantia em dinheiro caso a pessoa morra. O problema dessa política de Dead Peasant é que, o beneficiário desta vez será a corporação que emprega a pessoa. É o caso de Irma Johson, estadunidense, o qual o marido morreu de um câncer no cérebro e tinha um seguro de vida no valor de um milhão e meio de dólares. A surpresa de Irma ao receber a documentação sobre este seguro foi que o beneficiário que receberia todo esse dinheiro foi seu empregador, o Banco Amegy. LaDonna Smith, decoradora de bolos no Wal-Mart, também gerou lucros quando morreu.


Mas afinal de contas, isso pode ? Sim, pelo menos nos Estados Unidos. Aqui no Brasil não existem casos conhecidos de tal política, principalmente devido ao fato de que as corporações podem fazer isto em sigilo, mas em casos de altos executivos ou pessoas de suma importância para o funcionamento da corporação. Bem, pelo menos assim é dito, já que desconsideram seus empregados de baixo escalão como “não importantes”. Deixando o Marxismo de lado; corporações estadunidenses verificaram que também poderiam fazer tais políticas com seus funcionários de baixo escalão, beneficiando em caso de morte de algum deles. Eis aí de onde surgiu essa política extremamente selvagem de lucro com a morte. E isso é possível porque a corporação bancará com todos os custos deste seguro, mas também de seu benefícios. O nome já veio da Winn-Dixies Store, uma rede de supermercados estadunidense, que em um relatório, o qual vazou para a imprensa, chamou os casos de benefício de um funcionário morto como “Dead Peasant”.


Mychael D. Myers, advogado Texano afirma: “Num seguro de vida normal, onde se protege contra a perda de um ente querido ou do provedor da família não se deseja a morte dessa pessoa. Com esses seguros, as empresas que os compram querem que os empregados morram segundo o valor do benefíco. Elas valem mais mortas do que vivas.”. As corporações estadunidenses American Greetings e a Proctor & Gamble estão tendo alguns problemas recentemente. Não com o que essa política causa, mas sim que apenas 50% dos funcionarios que elas esperavam que morressem, morreram. Sim, apenas 50%. Sim, isso é um problema para elas, segundo documentos que vazaram.


As corporações que se tem notícia que usam dessas políticas só descobre-se que ela usa quando a família é notificada de tal seguro ou por meio de documentos que escapam de dentro dessas corporações, já que não existe algum lugar onde se possa consultar tal coisa. Algumas corporações que usam: Bank of America, Citibank, Wal-Mart, Winn-Dixie, McDonnell Douglas, Hershey, Nestlé, AT&T, American Express.


Não existem casos conhecidos de “Dead Peasant” no Brasil, mas talvez tenhamos que ficar preocupados pois a corporação a qual nos vendemos de forma quase escrava pode querer nosso sangue e um cheque de alguns milhões de reais graças à nossa morte.

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