segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Telebrás vêm ai prometendo dar mais competição ao mercado.










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No Brasil a disponibilidade e o acesso a internet ainda não está ao alcance de todos, ficando concentrada e disponível apenas para uma parcela da população, isso ocorre por diversos fatores. Ao contrário de alguns países como Cuba, Irã, Venezuela e China que procuram cada vez mais restringir e censurar o acesso a internet, o Brasil deu um grande passo para acabar com o monopólio que as atuais empresas privadas do ramo possuem em nosso país.



No começo do mês, sob protestos do setor monopolista (privado), o governo oficializou a reativação da Telebrás para a execução do Plano Nacional de Banda Larga. O programa prevê a capitalização da estatal em 3,22 bilhões de reais, além de um conjunto de investimentos e desonerações fiscais, a iniciativa pode chegar ao custo de 13 bilhões de reais. O objetivo principal do programa é levar o acesso à internet em alta velocidade a 40 milhões de domicílios nos próximos 5 anos, a cobertura atual mal chega a 12 milhões, dos 57 milhões existentes no país. Para se ter uma idéia no Brasil. O Brasil hoje tem uma média de conexão de 1 Mbps, enquanto países como Japão e Coréia têm conexões de 100 Mbps, a disparidade é tão grande que para se ter uma idéia os que possuem conexões entre 4 e 8 Mbps ou acima disso correspondem a apenas 2% da população brasileira. O investimento na infraestrutura de banda larga não é uma medida fútil e de regalia, ele traz consigo o desenvolvimento em educação, transporte, saúde e energia elétrica, visto que foi comprovado que o aumento de 1% da conexão é diretamente proporcional ao aumento de 1,2% do PIB.



O serviço atual oferecido no Brasil além de ser caro, é de má qualidade e limitado à parcela da população capaz de garantir a maior lucratividade imoral das atuais operadoras de telecomunicações. No papel, a Telebrás vem ai para ampliar a cobertura geográfica do serviço e estimular a oferta de acesso, provocando uma competição privada, que terá como beneficiado o consumidor.



A Telebrás irá priorizar dar uso à rede de mais de 11mil quilômetros de fibras ópticas que já pertencem a empresas públicas do setor elétrico. Foi feito na década passada uma tentativa de vender essa banda excedente pela Eletronet, mas a empresa quebrou, e só agora o governo conseguiu recuperar na justiça o direito de utilizar esse infraestrutura pública. A estatal aumentará a rede para levá-la a locais onde há falta de oferta de internet em alta velocidade. A Telebrás também irá conectar órgãos da administração publica e espaços como universidades, hospitais e escolas, com essa medida as empresas monopolistas perderão cerca de 200 milhões extraídos desses órgãos com serviços de telecomunicações. Quanto ao risco de não surgirem interessados em oferecer a banda larga na última milha, o secretario de logística e tecnologia da informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna (mentor do PNBL), garante haver diferentes modos de garantir o acesso. “Assim como os bancos utilizam as lotéricas para chegar a locais onde as agências não são viáveis, podemos estimular empreendimentos sociais e fazer parcerias com prefeituras. A variável inovação, nesse caso, vai fazer a diferença”, ele ainda afirma, “A Telebrás é e vai continuar a ser enxutíssima. Seu papel vai ser contratar empresas, com ênfase no conteúdo nacional para o serviço de infraestrutura”.



A capacidade de transmissão de dados inicialmente operará na casa dos 512 kbps a um custo máximo de 30 reais (ainda será baixa e cara na comparação com países desenvolvidos) ainda terá planos populares na casa dos 15 reais, e até o fim de 2010 apenas cem cidades estarão cobertas pela rede. Oitava economia do mundo, o Brasil no último ranking de serviços de telecomunicações organizado pela Organização Internacional das Telecomunicações, ficou em em 60º lugar, atrás de países como Argentina (49º), a Rússia (48º) e a Grécia (30º). As operadoras privadas se agarram às regras para frear o avanço da internet hoje no Brasil, mais de 80% dos municípios brasileiros são atendidos por uma única operadora. Em todo esse processo o fator chave para a melhora da qualidade dos serviços será a COMPETIÇÃO, visto que o fim da Telebrás em 1998 serviu para trocar o monopólio estatal por vários monopólios privados.

Fontes de pesquisa: IPEA, WWW.ECONOMIST.COM, ANATEL, IBGE.

1 comentários:

Carmem Soares disse...

Este ainda é um problema relacionado ao Direito fundamental de 5ª Geração (Inclusão digital), que é um direito de todos, porém ainda nao existe nenhuma regulamentação a respeito. Mas a gente ainda chega lá com certeza!