sexta-feira, 7 de maio de 2010

Grécia põe Zona do Euro em prova de fogo.

No ultimo dia 6 de abril, apenas três dias depois de o primeiro ministro grego, o socialista George Papandreou ter afirmado que “o pior já passou”, os juros pagos pelos títulos de dez anos do governo grego saltaram de 6,5% para mais de 7%. O custo de assegurar títulos gregos superou o da Islândia; os bancos gregos pediram para utilizar um plano de liquidez do governo. Longe do fim, a crise da dívida grega parece mal ter começado. Diante disso qualquer pacote de emergência montado pelos lideres da EU, precisa ser aprovado pelos 16 países da Zona do Euro. A revolta alemã diante da gastança grega poderia facilmente dificultar o dinheiro necessário, caso os mercados de títulos fechem.
A Grécia aderiu ao euro em 2001, e atualmente forma com Portugal e Espanha o grupo de países com as economias mais frágeis do bloco, ambos estão no foco da desconfiança do mercado internacional. Essa situação tem feito com que o valor do euro se derreta lentamente. No ultimo dia 28, a moeda européia atingiu a menor cotação frente ao dólar em um ano e fechou em 1,32 dólares. Como primeira ação contra a crise, no dia 1 de maio o governo grego anunciou um plano de austeridade econômica que consiste entre outros planos no congelamento das reformas, na redução em 30% do salário correspondente ao 13º mês e em 14º na função publica e aumentos no IVA, no total se prevê a economia de 30 bilhões de euros – 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com o objetivo de reduzir o déficit público abaixo dos 3% em 2014 e assim evitar a quebra do país. Como resposta imediata a ação do governo grego, foi anunciado logo no dia 2 de maio um pacote de ajuda fixado em torno de 111 bilhões (bem mais que os 80 bilhões previstos) no período de 2010 a 2012, a Zona do Euro emprestará 80 Bilhões em empréstimos bilaterais e os cerca de 30 bilhões restantes pelo FMI. Essa medida fez a moeda ter alta novamente, e deu esperanças de salvação a Grécia.
O maior obstáculo ao resgate dos países endividados é convencer os alemães, donos da economia mais forte do bloco, a destinar a maior parte dos recursos para salvar esses países que saíram mais enfraquecidos da crise financeira mundial. E o que não ajuda é o entendimento de boa parte dos alemães, de que a Grécia não deveria de forma alguma ter sido aceita na Zona do Euro. A premier alemã Angela Merkel após reunião com o FMI, criticou : “A decisão (de aceitar os gregos no bloco) pode não ter sido examinada suficientemente de perto”. O grande temor da comunidade internacional é que falhas e omissões como as encontradas nos registros das contas públicas gregas, estoure em outras economias da Zona do Euro. Será que a união monetária na Europa resistirá?

0 comentários: