segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um Talvez Fim Para o Comunismo Cubano


No dia 10 de Julho deste ano Cuba liberou 17 dos 52 presos políticos. E provavelmente esse será apenas o início das libertações. Foram libertos por Raúl com mediação da igreja Católica e alguns dias de greve de fome de um padre. Com isso, o Ministro das Relações Internacionais da Espanha comentou que isso pode levar ao fim do embargo dos Estados Unidos sobre Cuba que já dura décadas, e também disse que levantará a Posição Comum da União Européia. Com isso, a ilha de Fidel iniciará, provavelmente, uma comercialização mais constante não somente com a Europa como também com seu, até então inimigo, Estados Unidos. Isso seria um presságio para o fim dos resquícios de comunismo existente ainda hoje? Pode Cuba também tornar-se, como a China, Comunismo de Mercado?


Bem, tudo indica. Nos quatro anos que está no poder (dois anos oficialmente após a renuncia de seu irmão, dois como substituto de Fidel por problemas de saúde) Raúl Castro tem feito coisas que faria Che Guevara (líder revolucionario que ajudou Fidel na Revolução Cubana) se contorcer em seu túmulo. Raúl revogou o “igualitarismo” e o teto salarial, adotando agora um salário a partir da produtividade da pessoa. Entregou pouco mais de um milhão de lotes de terras do estado improdutivas em usufruto à população e melhorou o pagamento aos produtores, além de novas formas de comercialização, créditos e o fechamento de fazendas ineficientes, para aumentar a produção de alimentos. Autorizou licenças para taxistas privados, a fim de melhorar o trânsito. Sem esquecer a libertação dos presos políticos em um diálogo com a igreja Católica. Também revogou proibições quanto a população ter computadores, DVDs, celulares ou microondas e alugar carros, além da inauguração de um domínio próprio de sites cubanos .

Analisando todas estas ações de Raúl Castro no poder, é fácil chegar a conclusão que ele pretende reverter o rumo tomado pela “Ilha Socialista de Fidel”. Raúl parece pretender, já que o atual presidente dos Estados Unidos da América parece ter boa vontade e intenções de fazer tudo diferente, tomar atos na ilha para a revogação do embargo e tornar o país em algo não-comunista, já que alta produtividade, consumo e desigualdade são as bases para uma economia capitalista.

Obviamente, Raúl pode se conter no governo da ilha pelo motivo de Fidel ainda estar vivo, apesar de não no poder, mas, muito provavelmente, nada impede que ele tenha certas influências nas decisões. Obviamente, a ilha está no rumo de um comércio internacional, caso ocorra o fim do embargo comercial.

Foram apenas quatro anos, muita coisa ainda pode acontecer. Mas, neste tempo, o país tem enfraquecido seu comunismo ferrenho e de raiz, remando em direção ao famoso modelo chinês de “Comunismo de Mercado”. Infelizmente, ao cair, Fidel levou junto seu lindo "mundo de igualdade" chamado Cuba.

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