sábado, 4 de setembro de 2010

A Ascenção do Candidato Nulo


Dia 3 de Outubro o Brasil irá usar as urnas para dizer quem ele quer nas rédeas do caminho do país pelos próximos quatro anos e, em meio a aprendizes de feiticeiro das massas, projéteis de vampiros e admiradores de Obama enrustidos, um candidato misterioso vem ganhando um pouco mais de espaço. Ele está sendo votado desde a primeira eleição democrática no Brasil pós-ditadura e neste ano de 2010 ele atingiu a maior marca de intenção de voto desde então. Conheçam o candidato Nulo.
 
Neste ano de 2010, a intenção de voto nulo nas eleições presidenciais chegou a 4%. Não é um numero expressivo, mas já é algo. Há duas prováveis explicações para esta ascenção: A circulação de um e-mail sobre o voto nulo, convencendo as pessoas a anularem seus votos, ou que realmente, mesmo que pequena, a população brasileira está finalmente criando coragem na cara para reclamar dos candidatos que lhes são apresentados.
 
O e-mail que anda circulando pela internet, e também websites, estão estimulando a população a anularem seus votos, usando um erro na interpretação na lei eleitoral. Não é possível dizer que este erro de interpretação seja com más intenções, mas sim, talvez, injenuidade, um sentimento de estimular uma mudança neste país de máfia política enrustida. O argumento usa do seguinte trecho da lei:
 
“Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do estado nas eleições federais e estaduais, ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.” (Fonte: Código civil)

Infelizmente, apenas aparenta que caso metade da população brasileira vote nulo, novas eleições com novos candidatos seriam convocadas. Mas, na verdade, a lei se refere a nulidade dos votos. Ou seja: um candidato ter seus votos anulados, perante crimes eleitorais. Votos nulos são diferentes: como o nome diz, são nulos, ou em outros termos, invalidos. Caso metade do país votasse nulo, o que validaria as eleições seria a metade restante. Exemplificando: Nulo: 50%, Candidato 1: 20%, Candidato 2: 30%. Quem venceria seria Candidato 2, segundo as leis eleitorais. O voto nulo é realmente nulo, não vale absolutamente nada.

O Brasil vive uma triste realidade eleitoral onde os eleitores têm de escolher entre o ruim e o péssimo, e não existe fuga, apenas o desencargo de consciência de ter votado em ninguém. Nestas horas vem a nostalgia da juventude cara pintada, preocupados com a política, enquanto hoje temos apenas a juventude “calça pintada”. Infelizmente, o voto nulo é um protesto silêncio e ineficaz.

1 comentários:

Anônimo disse...

Seja alguem, vote em Ninguém.