segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dois netos da ditadura ditam o que ver na TV

Das heranças malditas da ditadura, a mais pervertida delas está nas concessões de rádio e televisão. A partir da segunda metade da década de 1960, os militares passaram a cessar concessões de grupos de empresários nacionalistas e progressistas – a TV Excelsior foi um exemplo, pertencia à família Simonsen, que também perdeu a companhia aérea Panair do Brasil.

A Panair morreu para a Varig tomar conta do mercado aéreo. A Excelsior morreu para a Globo se tornar campeã de audiência. O auge das concessões se deu quando Sarney assumiu a presidência da República. E, com seu ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, distribuíram nada menos que 1.091 concessões de rádio e televisão. Destas, 165 compraram parlamentares; e 257 eles distribuíram na reta final da aprovação da Constituição de 1988.

Não é exagero debitar na conta da dupla de coronéis a programação idiota e fabricante de idiotas que temos neste país, dado o nível de “políticos” que ganharam concessões.

O historiador Wagner Cabral da Costa localiza o momento exato em que Sarney dá o pulo-do-gato:

“Em 1991, Edison Lobão ganha a eleição para o governo e logo faz o acordo para comprar a TV Difusora com sobras de campanha. E o que eles devem ter arrecadado no segundo turno para ganhar as eleições deve ter sido extraordinário. Lobão ‘perde’ a concessão da Globo, fica tranqüilo com o SBT, que era de Sarney. Assim se consuma um troca-troca, pois a TV Mirante do Sarney passa a retransmitir a Rede Globo”

Lobão e Sarney passariam a dominar, com o SBT e a Globo, todas as telinhas do Maranhão. O fato é que, a partir dali, quem decidiria o que o maranhense iria ver todo dia na televisão seriam dois “netinhos da ditadura”: Fernando Sarney, chefe de uma quadrilha segundo a Polícia Federal; e Edison Lobão Filho, o Edinho Trinta, por causa das taxas que cobrava para realizar transações do governo do pai dele para liberar pagamentos, etc. e tal.

1 comentários:

Anônimo disse...

Você poderia, pelo menos, citar o livro "Honoráveis Bandidos", já que usou as palavras dele.
Em vez de colocar seu nome no final, seu plagiador.