terça-feira, 2 de agosto de 2011

Obama sanciona novo teto da dívida dos EUA






A Casa Branca anunciou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sancionou na tarde desta terça-feira o novo teto da dívida do país aprovado na Câmara dos Representantes e no Senado, que deve evitar a moratória parcial. O acordo assinado por Obama prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões) e uma elevação no teto da dívida na mesma proporção.

A Casa Branca tem um teto legal para a tomada de empréstimos para o pagamento das contas públicas, como o salário dos militares, os juros de dívidas prévias e o sistema de saúde. O limite anterior era de US$ 14,3 trilhões (R$ 22,3 trilhões). O acordo assinado pelo presidente permitirá que Tesouro empreste mais dinheiro para manter os compromissos, em troca de cortes de gastos governamentais de US$ 1 trilhão - valor que deve chegar a US$ 2,4 trilhões em dez anos.

O Senado americano aprovou o acordo nesta terça-feira, com 74 favoráveis e outros 26 votos contrários. O projeto de lei precisava de ao menos 60 votos favoráveis para ser aprovado. O acordo já havia sido aprovado na noite desta segunda-feira na Câmara dos Representantes - equivalente à Câmara dos Deputados - e atualmente controlada por membros do Partido Republicano (que faz oposição ao presidente Obama), com 269 votos favoráveis e 161 contrários.

Fonte: http://br.reuters.com/

Entenda o possível calote americano

Os quatro maiores credores de títulos públicos dos EUA são (em dólares): China – 1,152 trilhões; Japão – 906 bilhões; Reino Unido - 333 bilhões; Países exportadores de petróleo – 221 bilhões; Brasil – 207 bilhões; esses dados são de Abril deste ano. Isso significa que o Banco Central Brasileiro detém títulos do governo americano no valor de 207 bilhões. Se o governo americano não paga juros, os seus títulos são desvalorizados e todos esses países entram em prejuízo. Os títulos americanos são considerados de risco 0, por o país sempre ter honrado os seus credores. Por isso todos os governos do mundo aplicam preferencialmente em títulos do governo americano. O problema é global como se pode perceber.

Hoje os EUA possuem uma dívida econômica expressiva, pra ficar mais claro, o PIB americano arrecadou até agora 14,6 trilhões, e sua divida já atingiu a marca de 14,3 trilhões, e eles pretendiam aumenta-la para 16 trilhões, ou seja, a divida será maior que o próprio PIB. O governo é obrigado por lei a pagar todos os seus credores, mas não são só os credores a quem o governo deve, são muito mais pessoas (aposentados e pensionistas) e nações envolvidas, logo, se não sair esses acordos político o governo terá que optar por quem não irá receber.

Essa situação de certa forma envolve a credibilidade americana, logo a questão virou política, assim os americanos têm buscado estabelecer o tamanho do estrago para que se possa fazer uma possível renegociação da divida. Assim para que a divida possa ser aumentada, são necessários acordos políticos.

Por a situação ser tão dramática é bem provável que saiam todos esses acordos políticos. Se esse teto de endividamento do governo não for elevado, problemas internos dos EUA também serão expostos, os juros subirão, o patrimônio das famílias ficará comprometido e o país entrará numa dupla recessão.

O governo chinês tem se pronunciado bastante nas últimas semanas, tem-se exigido principalmente a garantia do direito dos investidores. Talvez essas declarações ganhem mais força, visto que o governo americano não tem visado abandonar a política de desvalorização do dólar.

Sobre o questionamento de um eventual Calote americano, os republicanos não acreditam que o Tesouro permitiria esse acontecimento. "Seria algo inédito na história americana", concluiu o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner. "Uma moratória causaria danos catastróficos à economia da nação, reduzindo o crescimento de maneira significativa e aumentando o desemprego", completou.

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